sexta-feira, dezembro 30, 2011

Do Samba ao Tango em Duas Rodas - 9o. Dia

Lições aprendidas…

Este dia 25/12 foi o dia mais estressante para todos nós.
Acordamos, tomamos café e vamos mais uma vez atravessar a fronteira de Uruguaiana - RS sentido Foz do Iguaçu - PR, via Posadas (AR) isso nos economizariam mais de 400 km.

Fronteira cruzada, mais de 200 km rodados, hora de abastecer, então que no primeiro posto de gasolina nos vem a surpresa, a mulher não aceita cartão e nossos pesos argentinos estavam escassos eu não queria gasta-los todos naquela hora. Depois de negociar ela acabou aceitando em Real mesmo.
Rodamos mais 200 Km e chegamos na cidade de Posadas, divisa da Argentina com o Paraguai. As motos já na reserva e os postos de gasolina sem Gasolina e o pior não aceitavam cartão.
Cada km que rodávamos a tortura aumentava, pois não havia pesos suficiente para encher os dois tanques das motos, mal daria para encher um tanque, então começamos a rodar que nem barata tonta na cidade atras de posto de gasolina, e nada de achar posto com gasolina que aceite cartão, e o calor estava matando, com toda aquela roupa de moto, jaqueta, bota, calça, capacete. estava, péssimo andar de moto naquelas condições.

Foi ai que eu tive a idéia de atravessar pelo Paraguai, já que era o último dia de carta verde do Juça e estávamos somente com real na mão, é muito mais fácil o paraguaio aceitar o real do que o argentino.

Foi ai que paramos em um sinal e eu falei pro Juça vamos para fronteira AR - PY. Ele me perguntou;
- Você sabe ir?
Eu disse:
- Sei, me segue.

Entrei um retorno a esquerda, uma rua a direita e uma esquerda, quando olho o retrovisor, cade o Juça?
Pronto, fu.. ele sem $$ os reais estavam comigo, sem gasolina e eu só com real. Pensei agora o negocio fedeu. Parei a moto onde ele tinha ficado fiquei uma meia hora esperando ver se ele não passava.
isso eram 15:00 hs aproximadamente.

Peguei a moto comecei a andar na cidade, ironia do destino ou não, encontrei um posto Shell que aceitava cartão e tinha gasolina, mas e o Juça, nada de aparecer. Passei umas 3 ou 4 vezes na fronteira, afinal tínhamos combinado em ir pelo Paraguai, mas nada de achar ele. Foi ai que eu resolvi ir na policia, afinal eles tem rádio nas viaturas derrepente uma viatura viu ele pode passar um rádio dizendo.
Foi ai que eu me enganei, os caras apenas pediram para não sei quem olhar as câmeras da cidade (duvido que olharam) mas também não ajudou em nada. Bom já eram 18:00 horas e eu desesperado na dúvida se ia embora ou ficava procurando ele, se eu ficasse na cidade, não tinha dinheiro (pesos) para me alimentar, nem pagar um hotel. E se eu fosse iria deixar o Juça para traz sem saber o que aconteceu. Foi ai que eu pensei, ele pode ter sacado dinheiro no caixa e ter seguido a viagem.
Foi que conversando com dois senhores que estavam em uma venda, eles me aconselharam a ir pelo Paraguay mesmo, pois eles com certeza aceitariam meu real e o trajeto é mais curto. Dei mais uma volta na cidade e fui em direção a fronteira.
Essas horas, onde o cérebro deixa você confuso, aparece vários zé povinho para te sugar.
Um deles foi o policial argentino, meio que tirando sarro da minha cara, veio querer me oferecer $ 50,00 pesos no meu celular, quase mandei ele tomar no **. Depois veio oferecer $100,00 e me dizia que era para me ajudar. Detalhe R$ 1,00 real são $ 2,37 pesos. Filho da … deixa pra lá.

Na fila da imigração para sair da Argentina, do nada vejo uma montana com placa do Brasil (cinza com 3 letras e 4 numeros). Ai que fui falar com os rapazes, estava tão nervoso que quase não conseguia explicar o que ocorreu ai logo de cara eles me disseram, cara tem uns cambistas depois da imigração, troca seus reais lá, e volta pela argentina, pois os policiais paraguaios gostam de propina e vão te levar todo dinheiro que tiver.
Nada melhor que conversar com uma pessoa que não que te ver se lascar. Foi a luz que eu precisava. Esses  dois rapazes, me lembro que ele me mostrou uma foto no celular da moto dele uma Suzuki gsx.

Peguei a grana, e foi embora, isso já eram 20:00 hs ai que eu paro em um posto para encher o galão de gasolina e seguir a viagem sozinho, os meninos do posto me avisam, seu amigo estava aqui umas 2 ou 3 horas mais cedo, mas não tinha $$ para pagar a gasolina, eu vi ele voltando - Disse o rapaz.
Eu expliquei para ele tudo e que meu celular não tinha como ligar pois estava fora de operação. Ele me disse tem internet de graça na praça do centro se vc tiver algo Wi-fi vai até lá que vc consegue falar e me deu a dica do hotel que ele achava que era o único que poderia aceitar cartão.

Lá vai eu novamente para o centro da cidade.  Onde eu avistei 2 v-Strom logo olhei para as placas, também placa cinza. Parei na hora e fui na venda conversar com dois motociclistas que estavam indo para o Atacama, eles foram super prestativos onde me ajudaram fazendo uma ligação do celular dele, deu uma dica de um lugar barato para ficar, foi onde vi que era perto da praça onde os rapazes disseram, então logo peguei o celular e entrei em uma rede social, logo um colega me disse o endereço de onde ele estava, uma quadra da pousada que os dois motociclistas me indicaram.  Foi ai que eu fui até o hotel e tive a confirmação ele o Juça estava hospedado lá, só não estava no quarto isso era tudo o que eu precisava saber.  Que todos estavam bem apesar do estresse.

Este episódio é bom deixar bem explicado para as pessoas que costumam viajar em dupla. Serviu até de exemplo para os rapazes que eu encontrei na cidade.
Na estrada dificilmente se perde de vista o outro, já dentro das cidade pode acontecer diversos fatores; semáforo, fechada de outro veiculo, desatenção do companheiro, ponto cego, etc.

Depois desta experiência, fica minha dica para quem nunca passou por isso:

Caso você percebeu que seu colega não esta mais próximo, você para espera um pouco e volta. Mas o mais certo é, antes de sair para viajar, já deixar combinado um PE ponto de encontro. Pode ser a prefeitura da cidade, uma biblioteca até mesmo uma praça já a praça eu não indicaria muito já que muitas cidades tem muito mais que uma ou duas praças.

Neste dia nem preciso dizer que a vontade de tirar foto não chegava nem perto né.

Mas com Fé tudo da certo!!

fotos de Juça Bala:







Um dos poucos postos de gasolina que tinha gasolina



2 comentários:

  1. Ok... agora eu posso dizer isso e até rir... mas vc deveria ter tirado foto de vc ! hehehe !

    Narina... vc vai viver 500 anos e não aprenderá todas as lições de vida !

    Mais uma vez, parabenizo os dois nessa empreitada loca que é sair do pais de motoca !

    ps : vc estava de fone de ouvido ????

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  2. Valeu Tié!!
    Estava sem fone, já não tinha mais saco nem de ouvir música, tamanho era a vontade de achar um posto de gasolina.
    Realmente todas as lições não se aprende mas essa não é de se esquecer!!
    kkkk
    Abçs!!

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